sexta-feira, 3 de julho de 2015

Neste livro Rubem Alves enfatiza: “professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.” Professor, segundo o autor, são como eucaliptos plantados por um motivo, enfileirado, descartável e com uma finalidade meramente comercial, econômica, trata-se de um funcionário de uma instituição submetido ao ritmo do sistema e ao tempo das máquinas. Educador por outro lado são como jequitibás, belos e raros; definidos pela suas paixões, sonhos e esperanças. O mundo mudou: jequitibás foram ao chão e em seu lugar foram plantados eucaliptos. Educadores deixaram de existir, em seu lugar professores.
Já perceberam uma coisa: quando alguém nos pergunta o que somos nos respondemos de forma inevitável dizendo o que fazemos. O que você é? Professor. O que somos de fato: Educadores ou professores? Todos que um dia pretendem entrar em uma sala de aula, ou até mesmo aqueles que estão há anos lecionando devem se fazer essa pergunta.
Mas, é possível ser um jequitibá em meio a plantações de eucaliptos enfileirados? Para Rubem Alves o educador que existe dentro do professor deve ser despertado. Mas como fazer isso? Para isso é necessária uma experiência de amor: “Para se acordar o educador que há dentro do professor há de então fazer um ato de regeneração do nosso discurso, o que sem dúvida exige fé e coragem: coragem para dizer em aberto os sonhos que nos fazem tremer. A formação do educador? Antes de mais nada:  é necessário reaprender a falar. Com que   instrumentos   trabalha   o educador?  Com  a   palavra.  O educador fala. São as palavras que orientam as mãos e os olhos.” As palavras, para Rubem Alves, são a extensão do corpo.
O educador por intermédio das palavras constrói teias que tornam possível o mundo humano. Isso só depende da capacidade do educador em usar as palavras, quer seja para ensinar, quer seja para educar ou quem sabe para dar um conselho ao seu aluno. As palavras certas, bem usadas e ministradas são fundamentais elas humanizam.
 
 É pela educação que aprendemos a sermos humanos. Educar é a prática de construir a realidade por intermédio da linguagem. As informações que nossos alunos recebem de nós professores são por eles filtradas, selecionadas, organizadas e estruturadas pela medição da linguagem. É assim que o corpo se torna um produto da educação. É a linguagem se demonstra uma ferramenta para o educador. Nós devemos perguntar a nós mesmos: “que amores têm [temos] sido inflamados? Que ausências têm [temos] sido choradas e celebradas? Que horizontes utópicos têm [temos] sido propostos? Que valores têm [temos]informado nossa prática educativa?”.
A partir da leitura desse livro todos deveriam se perguntar: somos professores ou educadores? Há um educador dentro de mim esperando para ser despertado? É possível conciliar, de forma harmoniosa. essas duas perspectivas? É possível ser um professor educador?

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