terça-feira, 24 de abril de 2018

Resenhas de algumas Obras de Monteiro Lobato

    

 Caçadas de Pedrinho


Publicado em 1994 - Editora Pallotti. O livro apresenta uma leitura fácil e prazerosa. O mesmo está dividido em 13 capítulos e contém 43 páginas.É indicado para o público infantil, uma vez que os adultos talvez não tenham paciência para acompanhar o enredo é construído em aventuras infantis.O texto apresenta descrições dos personagens do sítio do pica pau amarelo como a boneca Emilía que é feita de pano na extremidade da pele e por dentro é de carne e osso, há o Visconde feito de sabuco de milho.A história acontece envolvendo a aventura das crianças que resolvem matar uma onça, e conseguem.Depois decidem adotar um rinoceronte.

                                                   Reinações de Narizinho 

Escrito em 1931, por Monteiro Lobato,foi a obra no qual começou a história do Sítio do Picapau

Amarelo. Nele, foram apresentados todos os personagens que são famosos até
hoje. Narizinho, Emília, Pedrinho, Visconde, Rabicó, Quindin, Anastácia, o
Burro Falante e entre outros personagens.

O livro é composto por várias histórias,

aventuras da turma do Sítio. E são separadas por capítulos. Algumas contam com
a ‘participação’ de personagens já conhecidos na época, como Branca de Neve e
Cinderela.

Os personagens principais são, uma avó, dona do sítio e sua neta Narizinho, no

sítio também vive a empregada Anastácia, da etnia negra. A partir daí, todos os
outros personagens são imaginários, ou seja, não são pessoas ‘normais’ como,
por exemplo, Visconde de Sabugosa, um sabugo de milho que ganha vida nas mãos
de Anastácia e também por ter os livros como dormitório. Há também o Marquês de
Rabicó, um porco que diz ser nobre para encantar Emília. Ela é uma boneca de
pano feita por Anastácia. Narizinho é a sua companheira, a leva para todos os
lugares inclusive para o riacho do sítio, onde conhece um habitante das águas,
Príncipe das Águas Claras. Apaixonado, propõe Narizinho em casamento. Após um
tempo, Narizinho decide aceitar e leva consigo Emília. Então, pede para o
Príncipe leva-la para o médico das águas claras, Dr. Caramujo. Após dar pílulas
para Emília, a boneca começa a falar, ou seja, ganhou vida.

Há também outro personagem ‘humano’. Ele se chama Pedrinho, neto que não mora no

sítio e vai nas férias visitar a avó e se aventurar, já que na cidade há muita
modernização e a imaginação não é cultivada.

Além dessa, também há outras aventuras, umas só voltadas para Pedrinho, por exemplo.
 As obras de Monteiro Lobato, apesar de serem voltadas ao público infantil, podem

agradar também pessoas de todas as idades.

A realidade e a fantasia se misturam no livro, como a mente de uma criança,

imaginação sem fim, lugares que só são possíveis de chegar através da
imaginação. E esses lugares, esses personagens imaginários são levados pro
papel, com histórias e aventuras diferentes enfatizando também o folclore
brasileiro, alguns inclusive lembrando os do amazonas, como o Saci.

 Pela Rede Globo, foram produzidas duas versão do episódio Reinações de Narizinho, a

primeira em 1982, tendo como Narizinho interpretada por Daniele Rodrigues e
Emília por Reny de Oliveira.

A segunda versão foi em 2001, Narizinho interpretada por Lara Rodrigues e Emília por

Isabelle Drummond.

                                                           O poço do Visconde

A imaginação criativa de Monteiro Lobato, como antecipando um sonho, descreve o Visconde de Sabugosa como o responsável intelectual ensinando geologia aos demais, já que era intenção de todos perfurarem o primeiro poço de petróleo brasileiro situado exatamente no Sitio do Pipapau Amarelo. 
A empolgação dos personagens era tanta, que depois de acaloradas discussões entre Dona Benta, Tia Anastácia, Narizinho, Marquês de Rabicó, Pedrinho e o Visconde de Sabugosa, a opinião da boneca Emília acabou prevalecendo e ela fez questão, imitando os americanos, de dar nome ao poço: Caraminguá nº 1. 
Na solenidade de inauguração do poço, Pedrinho colocou um letreiro em letras garrafais que dizia:“Salve! Salve! Salve! Deste abençoado poço – Caraminguá nº 1, a 9 de agosto de 1938, saiu, num jato de petróleo, a independência econômica do Brasil”.
Vejam vocês que ironia, mesmo com suas idéias julgadas utópicas e considerado um lunático, Monteiro Lobato insistiu no tema escrevendo uma obra infanto-juvenil para através dela “cutucar” as autoridades e alertar a opinião pública, e o resultado está aí! Ninguém podia imaginar o que acontece hoje com o Brasil, – a despeito dos atuas políticas de exploração do setor – um dos maiores produtores de petróleo do mundo. 
E a literatura brasileira, felizmente, em função da prepotência, arrogância e “burrice” eu diria por parte do setor governamental na época, foi premiada com uma inquestionável obra-prima. “O POÇO DO VISCONDE” ainda é encontrado em muitas livrarias espalhadas pelo país. E eu não tenho nem o que falar sobre o livro, a não ser, dentro da minha mesquinhez, recomendar a leitura, pois é um livro, além de encantador pela sagacidade e astúcia manifestada através das brincadeiras hilariantes, jocosas e não menos criativas dos personagens, também uma manifestação de brasilidade sem igual; com certeza, quem não leu, irá adorar. 
  Memorias de Emília

Esta obra do consagrado autor Monteiro Lobato, cuja primeira edição foi lançada no ano de 1936, trata de uma espécie de resumo de algumas aventuras (ou “reinações” como o próprio autor define) encenadas pela turma do Sítio do Picapau Amarelo, com maior destaque para o caso do anjinho do céu.
O livro inicia-se com Emília, a boneca falante, resolvendo escrever suas memórias e relatando essa ideia a Dona Benta, avó de Narizinho e Pedrinho. Ao ouvir a pretensão de Emília, Dona Benta indaga a boneca se esta sabia o significado de memórias. A partir daí as duas envolvem-se em uma divagação acerca do que seria verdade e o que seria mentira, partindo do pressuposto de que os autores de memórias mentem para que elas fiquem mais interessantes, e concluem que “verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia”. Percebe-se aí uma crítica à sociedade como um todo, baseada em mentiras e interesses, tão comuns na época quanto o são hoje. A boneca é uma espécie de encarnação da antimentira, pois em nenhum momento aceita não falar a verdade, chegando muitas vezes a parecer mal-educada ou rude por dizer o que pensa. Emília não liga para as conveniências, fala aquilo que lhe vem à cabeça, sem medo de ofender.
Pode-se até discutir a forma como certas verdades devem ser faladas, mas não se pode negar que a boneca fala o que muitas pessoas pensam. Excetuam-se os casos em que ela transmite certas ideias preconceituosas a nosso olhar de hoje, porém, como se sabe, tais perspectivas devem ser inseridas no universo ideológico da época e contrastadas com outras mais avançadas em relação ao seu tempo (como o próprio comportamento questionador e irreverente da boneca). Tais perspectivas – ideologicamente aceitáveis ou não – podem ser utilizadas para mostrar aos alunos a historicidade e a efemeridade das idéias, ou seja, é um reflexo do pensamento da época em que o livro foi escrito e, portanto, aquilo que se apresenta preconceituoso é fruto da época e deve ser ultrapassado.
O fim da história do anjinho tem como principais heróis as crianças do sítio, por mais que Peter Pan os ajude, mostrando, assim, uma valorização do nacional pelo autor. A ideia de como salvar o anjinho das mãos do marinheiro Popey surge da cabeça brasileira de Emília, e a execução começa com o herói do sítio, Pedrinho. Nota-se também a importância do nacional quando Emília mostra a Alice (do País das Maravilhas) o valor do sítio: a personagem inglesa dizia à boneca que o país europeu era mais atrativo, porém foi convencida por Emília e pelos encantos do sítio do quanto nossas terras são mais belas e interessantes que as do Velho Continente.



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